Metodologia
A metodologia usada no exame é Linfotoxicidade dependente de complemento e/ou Citometria de fluxo.
A Prova Cruzada é uma técnica utilizada para determinar a existência de anticorpos anti HLA no soro do receptor direcionados contra os antígenos HLA expressos na membrana da célula do doador e pode ser realizada pela metodologia de Linfotoxicidade dependente de complemento (CDC) ou pelo método de Citometria de fluxo.
Linfotoxicidade dependente de complemento (CDC):
Em placas de Terasaki, o soro do receptor é incubado com linfócitos T e B do doador. Se existirem anticorpos pré-formados no soro, o anticorpo se unirá aos antígenos HLA expressos na superfície dos linfócitos do doador, formando o complexo antígeno-anticorpo. Após esta incubação, adiciona-se soro de coelho como fonte de complemento. O componente C1q do sistema complemento irá se ligar à porção Fc do anticorpo, e esta ligação inicia a cascata do complemento que resultará na lise da célula, o que será observado ao microscópio de imunofluorescência após a adição de corante. Nas reações positivas os linfócitos ficarão corados em vermelho e nas negativas ficarão corados em verde.
Citometria de fluxo:
Os linfócitos T e B do doador são separados por seleção negativa utilizando a técnica RosseteSep e separação por gradiente de densidade Ficoll-Hypaque e cruzados com o soro do receptor. É adicionado o reagente anti-IgG que irá se ligar onde houver ligação antígeno-anticorpo e emitir fluorescência, também é adicionado anti-CD3 (linfócitos T) e anti-CD19 (linfócitos B) que se ligam nos linfócitos possibilitando a diferenciação dos linfócitos T e B.
Esta reação é analisa pelo Citômetro de Fluxo que gera dados brutos que são interpretados pelo setor de Histocompatibilidade.
A reação positiva indica a presença de anticorpo anti-HLA doador específico e recomenda-se a busca de um novo doador.